O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) mostra que 17 dos 29 setores da indústria estão confiantes. Segundo a pesquisa, houve uma transição da falta de confiança para a confiança em junho. O resultado quebra uma sequência de três meses de falta de confiança na indústria que aconteceu entre março e maio de 2023, de acordo com a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para o economista e professor de políticas públicas Jackson De Toni, existem atualmente vários elementos na conjuntura econômica, política e social que favorecem o avanço da confiança industrial. Dentre outros pontos,  destaca que recentemente o Brasil subiu de grau de investimento pelas agências internacionais de classificação de riscos — o que, segundo ele, sinaliza para os investidores que o país é um lugar seguro para investir.

“Os juros estão declinantes, eles ainda são absurdamente altos, mas as previsões para as próximas reuniões são declinantes. A inflação está sob controle, já há inclusive deflação, inflação negativa, os preços estão caindo em alguns setores do atacado. O arcabouço fiscal aprovado vai, sem dúvida nenhuma, trazer mais estabilidade das expectativas. A própria reforma tributária que se encaminha para a discussão no Congresso e talvez uma aprovação inédita, nesses últimos anos, vai trazer uma significativa melhora”, afirma.

De acordo com o ICEI, a confiança avançou nas pequenas, médias e grandes empresas industriais. O maior avanço foi registrado nas médias empresas, de 2,2 pontos. O ICEI das pequenas empresas passou de 47,6 pontos em maio para 49,3 pontos em junho. Apesar da alta, o índice ainda aponta falta de confiança do empresário. O gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, afirma que o cenário é otimista.

“Essa recuperação é resultado de uma melhora tanto da avaliação das condições atuais quanto das expectativas para os próximos seis meses na maioria dos setores, em todos os portes de empresa e em todas as regiões”, explica.

O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), membro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, afirma que o aumento na confiança da indústria é resultado dos avanços na agenda econômica no Congresso Nacional. O parlamentar diz que essas mudanças podem trazer a previsibilidade necessária para a indústria fazer investimentos de médio e longo prazo.

“[A previsibilidade] Ela vem com a reforma tributária, ela vem com o arcabouço fiscal, ela vem com um conjunto de legislações que  estabelece algo mais definitivo para o setor no futuro, inclusive do ponto de vista competitivo. A indústria não é competitiva hoje por causa da questão tributária. Melhora da condição tributária transforma a indústria em competitiva e, é claro, melhora a capacidade de empregabilidade e de renda”, argumenta.

Expectativa

Também houve avanço em todos os componentes do ICEI. A pesquisa mostra que o Índice de Condições atuais avançou 1,1 ponto, para 44,2 pontos. Apesar da alta, o índice segue abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa pessimismo de otimismo. Já o Índice de Expectativas subiu 1,3 ponto para 53,5 pontos, o que indica otimismo da indústria para o segundo semestre de 2023.

Fonte: Brasil 61

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