Dados de agosto ficaram 17,5% acima do registrado no mesmo mês de 2020, mas houve queda de 15% em relação a julho

A atividade de comércio exterior continua registrando bons resultados no Paraná. Em agosto, as exportações somaram US$ 1,64 bilhão e as importações US$ 1,45 bilhão. Com isso, o saldo da balança comercial do estado ficou em US$ 186,5 milhões, valor 53% abaixo do divulgado em julho, devido à queda das exportações no mês, que foi de 15%.

Apesar da diferença para baixo em relação a julho, no ano, as exportações acumulam alta de 16% e, em relação a agosto do ano passado, o resultado de agora também ficou 17,5% maior. Em 2021, as exportações paranaenses somam US$ 12,72 bilhões. As importações, US$ 10,89 bilhões, e o saldo da balança paranaense está em US$ 1,833 bilhão. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
O dinamismo das operações internacionais do Paraná pode ser medido pela alta na corrente de comércio, que é a soma das importações e das exportações de uma determinada região, ou seja, o valor geral de todas as operações de entrada e saída de produtos do país. No Paraná, de janeiro a agosto, a corrente de comércio está 27% acima do valor registrado no mesmo intervalo do ano passado. E, 35% maior do que do a de agosto de 2020. “Isso se deve principalmente ao aumento das importações, que foram fortemente prejudicadas por conta da pandemia em 2020, mas que agora recuperaram o ritmo”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Marcelo Alves.
“Este é um comportamento decorrente da retomada forte da produção industrial, que vem crescendo substancialmente desde o segundo semestre de 2020 e já acumula 16% de crescimento este ano”, explica. “Apesar de alguns percalços como escassez de insumos em alguns setores, como componentes eletrônicos e aço, e a elevação nos custos, a alta das importações sugere que a atividade industrial está fortalecida e tem perspectivas positivas para os próximos meses no estado”, completa.
Uma prova é a recuperação de setores importantes da indústria, avalia o economista. “Segmentos que desempenharam mal em 2020 devido à pandemia estão com forte recuperação agora, como o automotivo e metalmecânico, que ganharam espaço na pauta de exportações do estado em 2021”, justifica. “Já setores que tiveram uma boa performance no ano passado, como alimentos, por exemplo, estão se mantendo estáveis ou crescendo menos agora”, reforça Alves.
Já para o também economista da Fiep, Evânio Felippe, a variação de 6% no valor da taxa média de câmbio pode explicar este comportamento das exportações em agosto. De janeiro a agosto do ano passado o valor da taxa média de câmbio ficou em R$ 5,035 por cada dólar. No mesmo intervalo de 2021, o valor atingiu R$ 5,339. “Quanto maior o valor do câmbio, mais competitivo fica o preço do produto nacional no exterior, favorecendo as exportações”, afirma.
Produtos
Em agosto as exportações de soja chegaram a US$ 389 milhões, representando 33% de tudo que foi vendido para fora do país pelo estado. Carnes ficou em segundo lugar, com US$ 288 milhões negociados, ou 18% do total. Madeira vem na sequência, com US$ 173 milhões, seguida de perto por material de transporte, com US$ 165,5 milhões, ambas representando pouco mais de 10% da pauta de exportações paranaense.
De janeiro a agosto a ordem não muda muito. Soja é o principal item vendido, com US$ 4,63 bilhões, seguido por carnes (US$ 1,997 bilhão), madeira (US$ 1,225 bilhão), e material de transporte (US$ 1,024 bilhão). “Vale registrar a alta de 28% nas exportações de açúcar, que entrou em novos mercados como a Suíça este ano, o bom desempenho do setor moveleiro, que dobrou as exportações em relação ao ano passado, e produtos mecânicos, com 44% de crescimento acumulado”, destaca Felippe.
“Se o câmbio se mantiver favorável à atividade de comércio internacional, mesmo ainda em momento de pandemia, a tendência é que as exportações do Paraná se mantenham aquecidas até o fim do ano. Isso também é consequência da recuperação das economias mundiais, que tem previsão de crescer 5,6% este ano”, conclui.
Fonte; FIEP
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