Inciativa do Sistema Fiep, em parceria com o governo do Estado, vai apontar as ações prioritárias para que o setor se desenvolva no Paraná
Representantes de indústrias, poder público, universidades e institutos de pesquisa iniciaram, nesta segunda-feira (11), a construção da Rota Estratégica de Hidrogênio Renovável do Paraná. Promovida pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria da Secretaria de Estado do Planejamento, a iniciativa tem o objetivo de identificar ações necessárias para que o Paraná desenvolva uma cadeia produtiva para aproveitar plenamente seu potencial nesse segmento.
O presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, destacou a importância de um planejamento conjunto envolvendo empresas privadas, academia e a administração pública. “O governo tem uma missão importante de conduzir os destinos do Estado e nós, dos setores produtivos, temos que colaborar e agir da melhor forma possível para que esse objetivo seja atingido”, disse. “Nós, da Federação das Indústrias, temos essa missão de ajudar o governo no desenvolvimento de nosso Estado em projetos como este do hidrogênio renovável, que é uma grande evolução na proteção do nosso planeta pela questão da descarbonização”, acrescentou.
Também presente no encontro, o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, afirmou que a reunião serviu para alinhar os desejos de diversos setores em relação ao fomento a essa nova matriz energética. “Este importante encontro na Fiep, com a presença das grandes empresas do Paraná, serviu de alinhamento desse plano revolucionário no campo da energia limpa, do biocombustível. E o Paraná tem todo um planejamento organizado para liderar esse processo no Brasil e no mundo”, disse. Esse diálogo com a indústria, feito de forma integrada, segundo Silva, visa buscar ações importantes para a produção e distribuição de hidrogênio renovável, que será um dos componentes mais importantes do futuro como uma nova matriz energética.
Sobre a Rota Estratégica
As Rotas Estratégicas fazem parte de um amplo trabalho prospectivo conduzido pelo Observatório desde 2004. Elas decorrem de outro estudo, que identificou os Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná, servindo para traçar os caminhos para que cada área identificada como promissora possa se desenvolver.
Compostas por roadmaps, as Rotas Estratégicas propõem uma agenda de ações de curto, médio e longo prazo para que os diferentes setores ganhem força no Paraná. Com elas, são traçados caminhos para que fatores críticos sejam superados e o futuro desejado para cada setor seja alcançado, identificando também tecnologias-chave que precisam ser aprimoradas ou implantadas.
Nesta segunda-feira, foi realizado o primeiro painel de stakeholders da Rota Estratégica de Hidrogênio Renovável do Paraná. No encontro, foi debatido o panorama atual desse segmento no Paraná e seu potencial de crescimento, além de terem sido apontadas sugestões para a construção coletiva da visão de futuro desejada para o setor no Estado.
Nos próximos meses, serão realizados painéis temáticos com especialistas, entrevistas e consultas web para identificar as barreiras que dificultam a implantação de uma cadeia de produção de hidrogênio renovável no Paraná, além das ações necessárias para que elas sejam superadas e o setor se desenvolva. Posteriormente, essas ações serão validadas em novo encontro do painel de stakeholders e, finalmente, será elaborado o roadmap para direcionar a estruturação do segmento. A previsão é que a rota finalizada seja entregue em abril de 2024, seguindo-se da formação de uma governança para acompanhar a implementação das ações.
A gerente executiva do Observatório Sistema Fiep, Marilia de Souza, ressaltou que a Rota Estratégica vai preparar o Paraná para que aproveite as oportunidades que a utilização do hidrogênio renovável trará para a economia global. “A temática do hidrogênio é uma das grandes tendências globais e nós precisamos nos preparar para aproveitar as oportunidades que ela traz”, afirmou.
Para ela, a Rota vai contribuir, entre outros fatores, para a identificação de elos que precisam ser desenvolvidos na cadeia produtiva do hidrogênio. “Como é um segmento de atividade novo, a cadeia produtiva praticamente não existe, a gente tem pedaços dela. Então, construir e consolidar essa cadeia significa que vamos trazer empresas, complementar elos da cadeia inexistentes no nosso país e no nosso Estado e, com isso, a gente adensa o nosso tecido industrial e melhora a nossa capacidade produtiva”, explicou.
Participações
Participaram do primeiro painel representantes de empresas de diversos setores. Entre elas, Volvo, Renault, Bosch, Siemens, Next Chemical – TENDRIX LABS, Grupo Greca Asfaltos, H3 Dynamics Holdings, ENGIE Brasil Energia, Faurecia, Petrobras, Tradener, Alvarez & Marsal, Paraná Xisto, Cia de Cimento Itambé, Copel, Sanepar, Compagas e Tecpar.
Participaram ainda representantes do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Invest Paraná, UFPR – Palotina, Fundação Araucária, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, Lactec, Finep, Lide, Itaipu Binacional e dos Sindicatos da Indústria da Produção de Biodiesel do Paraná (Sibiopar) e da Indústria de Fabricação de Álcool do Paraná (Sialpar).
Fonte: FIEP