Setor acumula saldo de mais de 25 mil novas vagas abertas no estado no primeiro semestre

A indústria paranaense abriu 2.932 novas vagas de trabalho formal (com carteira assinada) em junho. Um crescimento de 120% no saldo de empregos na comparação com o mesmo mês de 2023. O dado representa 22% do total de 13.572 empregos totais gerados no Paraná no mês. O setor de serviços foi o maior empregador do período, com 7.804 postos de trabalho preenchidos. Construção contratou 1.963 profissionais, comércio 1.221 e o agropecuário fechou 348 vagas.

No acumulado de janeiro a junho, a indústria soma 25.900 novas contratações, sendo responsável por 24% de todas as 109.913 vagas ofertadas no estado neste primeiro semestre. Um crescimento de 112% frente ao saldo registrado nos seis primeiros meses do ano passado. Os dados são do Novo Caged, divulgados nesta terça-feira (30/7), pelo Ministério do Trabalho.

Frente a maio, o resultado também é positivo, com crescimento de 111% no saldo de empregos mensal. Em maio, a indústria estadual havia registrado saldo de 1.388 novos postos de trabalho abertos, num total de 8.419 registrados em todas as atividades econômicas. Só nos últimos 12 meses, de julho de 2023 até junho deste ano, o setor industrial acumula a oferta de 20.686 novos empregos, com alta de 122% frente ao intervalo de julho de 2022 até junho do ano passado.

Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, 2024 tem trazido tanto desafios quanto oportunidades para a indústria, e o setor tem se mostrado resiliente diante das dificuldades. “Os Fóruns Regionais da Indústria, realizados pela Fiep em todas as regiões do Paraná, mostraram que há uma grande preocupação dos industriais paranaenses em relação à empregabilidade, com uma busca constante por mão-de obra capacitada”, diz. “Ainda assim, as indústrias vêm se adaptando às novas demandas do mercado e conseguem evoluir na geração de novos postos de trabalho, mostrando a importância do nosso setor para a economia paranaense”, completa.

Cenário econômico

O crescimento expressivo na geração de empregos na indústria no mês de junho frente a maio e também contra junho de 2023, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses, segundo a Fiep, também pode estar relacionado a condições da economia nacional. O primeiro foi a queda na taxa básica de juros da economia (Selic), que iniciou uma trajetória de redução em agosto do ano passado, saindo de 13,75% ao ano para 13,25%, e após sucessivas baixas chegou a 10,5% ao ano em junho. Quanto mais baixa a taxa de juros, mais barato fica o crédito para o empresário investir e gerar empregos. A preocupação, porém, é com a sinalização de que a taxa pode voltar a subir nos próximos meses.

Outro ponto observado é o aumento na massa salarial detectada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, do IBGE. Nos primeiros três meses do ano, o aumento no rendimento médio dos trabalhadores, sobretudo devido a um mercado de trabalho aquecido e ao aumento do salário-mínimo, foi de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento da renda tem como consequência a alta no consumo das famílias e isso gera um ciclo que movimenta a economia de forma positiva. O trabalhador compra mais, aquece as vendas no comércio e acelera a produção nas indústrias, que precisam contratar mais trabalhadores e fazer novos investimentos para dar conta da demanda.

Atividades industriais

No acumulado do ano, das 24 atividades industriais analisadas pelo Novo Caged, apenas uma teve mais demissões do que contratações. Foi o segmento farmoquímico e farmacêutico, que fechou 20 vagas. Os que mais geraram empregos no Paraná foram produtos alimentícios (6.639), automotivo (1.862), borracha e material plástico (1.751), moveleiro (1.610) e fabricação de produtos de metal (1.500).

Já no resultado de junho, alimentos (726), moveleiro (384), borracha e material plástico (251), celulose e papel (232) e produtos químicos (210) foram os que mais contrataram trabalhadores. Fecharam postos de trabalho no mês o setor de fumo (-58), minerais não-metálicos (-46), fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15) e couros (-9).

Fonte: FIEP

Compartilhe: